A famosa loja do Sr Algerino na Gestosa Fundeira
E tambem a loja do Sr Manuel Sequeira
Nos tempos da minha infancia
Ainda me lemnbro bem
Havia uma mercearia
À porta da minha Mae!
Nao era nenhum chines
E nem menhum continente
Era um Sehor Marques
Que fiava a toda a gente!
Tinha uma caderneta
pros calotes apontar
E de noite nem dormia
Para tudo confirmar
Açúcar arroz e feijão
Faziam parte da lista
Também sal massa e grão
Seguiam a mesma pista
Ali tudo era apontado
Quer fosse petróleo ou vinho
Também o feijão arraiado
E a banha e o toucinho
Não esquecendo o café
O sabão e a palha d'aço
A groselha e o capilé
A vassoura e o capacho
Também cebolas e batatas
E o azeite é claro
E o atum tirado da lata
Também a farinha amparo
Naquele livro estreitinho
Tudo ficava apontado
E era aquele o caminho
Logo que vinha o ordenado
Depois das dívidas pagar
O dinheiro desaparecia
E de novo começavam
As dívidas na mercearia
Era pouco o que sobrava
E outras despesas havia
Contra a miséria se lutava
P'ra ter as contas em dia
Tempos de sofrimento
Vivendo do essencial
Escasseava o alimento
E o pobre vivia mal
Era assim o seu viver
Só trabalhar trabalhar
Mal ganhando p'ró comer
E sem se poder queixar
O livro nunca esquecia
E o que nele era apontado
Pagando na mercearia
E mantendo o nome honrado
Que grande diferença havia
Entre o pobre e o abastado
O pobre pouco podia
E era olhado de lado
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