domingo, 26 de março de 2017

Versos da depena

Depenar  o galo

De madrugada ao meio dia
À primeira badalada,
Lá começa a euforia
Uma cabeça degolada!...
Mergulha-se em água quente
E logo fica depenado,
Guarda-se discretamente
As longas penas do rabo!...
Esquarteja-se o sacrificado
Vários golpes e retalhos,
Depois de bem temperado
Repousa em Vinho d’alhos!...
Vai ao forno na assadeira
Com batatas aconchegado,
Assado que bem que cheira
Deve ser bem regado!...
Assim se comeu o degolado
Com verde branco e palheto,
Voltamos às penas do rabo
São para fazer um amuleto!...
Guardei as penas do rabo
Para este encanto certeiro,
Pois quem tem pena do rabo
Nunca dá em paneleiro!...
Agora estou deveras intrigado
É mais um dos meus dilemas,
Pois com prazer comi o rabo
Daquele que tinha as penas!...
Bruno Tomé Rainho

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